O mercado de motos promete muitas novidades em 2018 e já tem muitas marcas querendo seguir o caminho dos automóveis e produzir modelos que ajudem a preservar o meio ambiente. A Harley-Davidson, por exemplo, tem o projeto de uma moto totalmente elétrica e a novidade chegou causando polêmica. Um dos motivos é que a confirmação de uma moto elétrica veio acompanhada da informação de que vários trabalhadores perderão seu emprego e uma fábrica precisará ser fechada. Foi uma mistura de boa e ruim notícia, que acabou dividindo a opinião dos críticos e simpatizantes da empresa.
Outro detalhe que chama a atenção é que esta notícia chega depois de quatro anos do anúncio do 'LiveWire', um protótipo de moto elétrica. Quando ele foi anunciado, foi quase que uma revolução no mercado, mas não demorou muito para o assunto ser esquecido. Agora, esta 'novidade' chega causando certa desconfiança, pois muita gente prefere esperar desta vez e ver algo de concreto, ainda mais com uma fábrica sendo fechada e muitos perdendo o emprego, o que representa crise na empresa.
Matt Levatich, presidente da Harley-Davidson, admitiu que muitos já ouviram falar sobre o 'Project LiveWire', mas garantiu que ele continua ativo. Só que uma declaração de Levatich acabou desanimando o mercado novamente, pois segundo ele, ainda será preciso pelo menos 18 meses para apresentar algo de concreto.
O novo modelo ainda nem tem nome e se manter a semelhança com sua precursora, sua autonomia será de cerca de 80km, indo de 0 a 90km/h em apenas 4 segundos. Para ter uma ideia, a Zero SR leva 3,3 segundos. A Ducati Monster 1200 vai de 0 a 90km/h em 3 segundos.
Alguns especialistas analisam a declaração da Harley-Davidson com cautela, pois este mercado de motos elétricas não anda aquecido, mas há possibilidade de melhorar, porém, é tudo muito incerto. Eles acreditam que a empresa tenha potencial para lançar este projeto em menos tempo, porém, prefere esperar alguns meses para ver se o cenário melhora, se a procura aumenta por parte dos consumidores.
Em 2016 a TechNavio divulgou o resultado de uma pesquisa, informando que o setor de motos elétricas deveria crescer 45% até 2020. Porém, nos Estados Unidos, é cada vez menor o número de pessoas interessadas em adquirir uma moto, só no quarto trimestre do ano passado a queda foi de 6,5% nas vendas no varejo. As vendas da Harley também apresentaram queda, cerca de 8,5% ao ano.
Mas John Olin, diretor financeiro da empresa, deu uma declaração para mostrar que o clima Harley-Davidson é de crescimento e não de encolhimento. Segundo Olin, a Harley-Davidson fará um investimento de 25 a 50 milhões de dólares por ano, nos próximos anos e todo este dinheiro será destinado aos novos modelos de motos elétricas, para conseguir colocar a marca como líder mundial neste mercado. Ele disse ainda que a marca representa 'liberdade, independência e liberdade pessoal'.
Mas as polêmicas não param por aí, pois muita gente já observou que a Harley sempre foi uma empresa que cresceu em torno do ronco poderoso de suas motos e os motores possantes. Uma Harley elétrica seria bem silenciosa. Kevin Tynan, que é analista na Bloomberg intelligence, disse não ver futuro para a Harley e que a empresa estará investindo em um negócio que já nasce falido.
Alan Stulberg, um nome respeito entre os motociclistas, também é cauteloso quanto à 'novidade' da Harley-Davidson. Ele acredita que a moto elétrica da empresa até seja bem recebida pelo consumidor, mas o que conta neste mercado são os números, quantas motos serão vendidas.
Como a Harley-Davidson anunciou que vai gastar meses para lançar seu projeto, até lá o mercado terá muito tempo para analisar a ideia e lançar suas expectativas.
Por Russel
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